#61 - The Tortured Poets Department, Noite de Verão, Chappel Roan
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 15 a 21 de abril de 2024
💿TTPD: Vou ser bem sincera, a minha vontade era não falar deste álbum agora kkk. Não porque eu não tenha gostado, mas porque ue estou gostando! Eu estou degustando, eu estou me acostumando com as músicas, ouvindo as melodias, as letras, os instrumentos. E também já estou um tanto cansada do tanto de discussões e gente falando disso. De grupos de amigas a críticos musicais a haters a fãs malucas criando teorias nas redes sociais, tudo isso me saturou num nível em que só queria ficar quieta e ouvir o álbum. Só o álbum!! Mas enfim, feito o desabafo, não faria sentido eu não falar do novo álbum da minha cantora favorita aqui nos meus Favoritos, então vamos lá. Vou tentar passar um pouco das minhas impressões até agora, os pontos que achei mais interessantes.
Acho que muita gente, eu incluída, achou que este álbum seria um break-up álbum, o velório daquele loiro feio que ela namorou por 6 anos. Mas descobrimos que não, ele não foi o protagonista nem no álbum que supostamente seria pra ele!! Claro que há músicas sobre fim de relacionamento, mas tem sobre outras coisas e pessoas também.
Quando a gente pensa em músicas de Taylor Swift, não é só sobre a música produto final; é muito sobre a composição, as letras, o processo dela pra chegar até isso. Então este será meu primeiro ponto.
A minha impressão inicial, da primeira parte do álbum, é que ele é tipo um episódio de mania, é quando alguma coisa acontece e te tira tanto do eixo que você fica meio doida mesmo. Eu não vou entrar em diagnósticos aqui, obviamente, mas bem ela claramente não tava (e quem está?).
Acho que a Taylor soube explorar isso muito bem, de um jeito que parece ao mesmo tempo que foi um descarrego pra ela, tipo despejar tudo nas composições, e também fazendo graça com esse estado nada mental, sobre essa doideira mesmo que é perder o chão de alguma forma metafórica. Então há músicas como I Can Fix Him, Down Bad, Who’s Afraid of Little Old Me que mostram bem uma pessoa com problemas e irônica ali. Escrever é também um processo de cura, e ela fez o processo dela. A minha preferida neste quesito é I Can Do It With a Broken Heart. Me identifico absurdamente, a gente é assim. I cry a lot but I am so productive, it’s an art.
Não vou fazer o jurídico Taylor Swift aqui, mas acho que boa parte de quem não gosta ou torce o nariz pro trabalho dela é porque não se identifica com o que ela tá dizendo ali, não tem essas experiências de vida, não sentiu nada disso, ou nem pensou nisso, no sentido de as conexões mentais não irem pra esses lados. Primeiramente, que sorte kkk. Mas entendo, por este viés, quem não se sente tocado pelo que ela canta. Eu sinto como se eu nem tivesse a opção de não ligar, porque tá tudo ali, de uma forma ou outra. The Prophecy, porra, é a história da minha vida. Essa questão de a gente se sentir vista e compreendida e analisada e etc, acho que isso explica um pouco da catarse coletiva e global de meninas e mulheres acerca da obra de Taylor Swift. Mas estou divagando, vamos voltar.
Daí tem a segunda parte do álbum (na verdade é um álbum duplo que na minha cabeça tem parte um e dois, mas é uma divisão sutil), que parece uma pessoa mais sóbria, mais calma, mais analítica. A Taylor jogou com essa questão das cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação) neste álbum, e não ficou tãao divididinho, mas dá pra ver um pouco de uma fase ou outra nas músicas. A segunda parte tem músicas menos pilhadas, como se a pessoa estivesse olhando pra aquilo com uma certa distância. O que faz sentido, pensando em uma linha do tempo de como reagimos às coisas que nos abalam. Vejo valor em ambas, e em todas as perspectivas, mas pessoalmente acho que as músicas deste lado B me agradam mais. (tirando a música pra Kim Kardashian, que acho uma bobagem, mas deixa ela)
Tem a questão de produção musical também. As músicas da parte 2 (da música 15 pra baixo, sendo mais clara) têm mais o dedo do Aaron Dressner como produtor. Aí eu sou muito mais fã dele do que do Jack Antonoff. As músicas do Aaron tem mais piano, mais nuances, parecem mais complexas. A música Chloe or Sam or Sophia or Marcus, por exemplo, eu achei incrível. Não entendo tanto de instrumentais, mas eu ouço e penso: arte. As do Jack tem mais sintetizador, o que é legal, mas… Acho que boa parte das críticas sobre as músicas serem parecidas e Taylor estar fazendo mais do mesmo venham por esse estilinho dele. Um pouco batidinho, talvez. Mas enfim. Ainda gosto, é uma crítica construtiva kkk.
Para tentar fechar, é um álbum sobre fim de relacionamento mas vai além desta simplificação. É um trabalho sobre sofrer, enfrentar situações difíceis, ficar doida, analisar minuciosamente, remoer, entender, superar, passar, transformar. Eu hoje não ligo muito sobre pra quem é cada música, sobre as fofocas pessoais da vida dela que ela expõe ali, às vezes em entrelinhas, às vezes claramente. Eu gosto de como ela trabalha os sentimentos e os transforma em canções, em arte, em algo que cria identificação, acolhimento, entretenimento, amor. Nem acho que seja o melhor álbum da Taylor (parabéns, Folklore, este título ainda é seu), mas acho que, se você consegue transformar sua sessão de descarrego em arte (e dinheiro), você venceu. Ela venceu. Nós vencemos.
📺Noite de Verão: Depois de escrever este tratado sobre o álbum da Taylor mesmo sem querer, vou tentar ser breve nos outros favoritos. Assisti a essa série sueca da Netflix, chamada Noite de Verão. São cinco episódios curtinhos, de cerca de meia hora cada, e confesso que este foi o fato que me levou a dar play. Mas a história é interessante.
Se passa durante uma festa da chegada do verão, em que uma família se reúne numa casa de praia. A mãe tem uma notícia para dar, que deve mudar os rumos de boa parte da galera ali. Mas tem outras coisas rolando também, tipo uma gravidez indesejada, um ex-namorado que chega de surpresa, enfim.
Os diálogos são muito bons, as atuações são muito boas. E dramas de família, quando bem desenvolvidos dramaturgicamente, são excelentes. Fiquei muito imaginando uma versão brasileira dessa história, seria tudo. Recomendo demais pra quando você não tem muita ideia do que assistir.
📺Que História É Essa, Porchat?: Ainda na questão de o que assistir quando a gente não sabe o que assistir, acho que há dias e dias. Em alguns dias, queremos nos dedicar a uma produção, prestar atenção, ver o que aquilo vai nos entregar. Em outros, queremos só algo pra ficar ali passando, pra nos fazer companhia, pra terminar o dia. Ambas as escolhas são muito válidas. Que História É Essa, Porchat? pra mim tá no segundo campo.
Não é novidade alguma, o programa existe há anos, é um sucesso absoluto, dá sempre muito certo. Mas eu quis trazer aqui porque realmente tô me divertindo muito com as histórias desta temporada, que estreou neste mês. Tem a história do Murilo Benício que comprou um apartamento mal-assombrado da Adriana Esteves. E a da Thati Lopes que pagou mico numa live com o Eduardo Moscovis. E a do Junior Lima que teve que apagar um incêndio em casa com toda a família. Enfim, tá bem legal, eu acho ótimo pra quando você quer só passar um tempo e rir. Episódios novos toda semana no GNT, na Globo e com cortes nas redes sociais.
🎵Chappel Roan: Chappel Roan é uma cantora americana de 25 anos que tá abrindo os shows da Olivia Rodrigo na turnê atual. Acho que a descobri em alguma dessas playlists feitas pra você no Spotify. Tem uma música dela que eu não paro de ouvir: Red Wine Supernova, considerada uma das melhores músicas de 2023 pela revista NME.
A letra é uma galhofa, mas a música é realmente muito boa, muito divertida!! Comecei a ouvir mais o trabalho dela e tô curtindo. Uma vibe talvez um pouco jovem demais para o meu estado atualmente? Talvez, mas ainda assim uma vibe boa.
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Para a arte aleatória da semana, vou deixar o trabalho de Jade Bern, que faz essas carinha felizes (às vezes um sol, às vezes uma flor, há várias formas) com mensagens motivacionais. Já tinha visto estes desenhos em muitos lugares, mas não sabia de quem eram as ilustrações.
Boa semana =)