#20 - Não Estou Morta, Katherine Mansfield, a receita de pudim de chia
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 12 a 18 de junho de 2023 :)
📺Não Estou Morta: Depois que terminei Abbott Elementary, fui em busca de outra série da gloriosa categoria “algo levinho para ver antes de dormir” e achei ali no Star+ mesmo. Não Estou Morta é protagonizada pela Gina Rodriguez e conta a história de uma jornalista que volta a trabalhar num jornal onde ela já trabalhou anos atrás, antes de largar tudo pra ficar com um homem em outro continente (quem nunca).
Quando ela retorna, porém, a empresa está nas mãos de uma mulher que ela odeia, os amigos dela viraram editores, e ela é colocada num cargo que ninguém quer: redatora de obituários. Até aí praticamente nada na redação em que ela trabalha é verossímil (ao menos não para a realidade jornalística brasileira), mas tudo bem. O problema é que as pessoas mortas sobre quem ela tem que escrever começam a aparecer pra ela, tipo o Patrick Swayze com a Whoopi Goldberg em Ghost - Do Outro Lado da Vida.
É divertidinha e tem seus momentos sensíveis. Gosto de ver pela Gina Rodriguez (sempre ótima), por ser um entretenimento interessante ali pra hora de pegar no sono e por pensar “quem será o defunto maluco que vai encostar nela hoje e o que ele terá a ensinar?”. Não Estou Morta tem uma temporada, disponível na íntegra no Star+.
📖Katherine Mansfield: Eu nunca tinha tido contato com qualquer texto de Katherine Mansfield até agora. Quando a Antofágica lançou um livro dela (com edição belíssima, como todas as deles!!!), fiquei muito a fim de conhecer, e aí aproveitei um desconto amigo na A Feira do Livro e trouxe pra casa Êxtase e Outros Contos.
O fato de ser um livro de contos me agrada muito porque dá aquela sensação de ser uma mosquinha rondando a vida da personagem principal por um tempinho, de observar a vida daquela pessoa por uma fresta na porta, e então se retirar. Os contos são curtos mas são intensos, e Katherine escreve com maestria.
Por exemplo, o conto que dá nome ao livro, Êxtase, mostra ao leitor uma mulher dizendo que está muito feliz, extasiada, tudo na vida dela é perfeito. Claro que logo a gente percebe que há problemas ali que ela mesma não percebe, e o final te deixa 😬😮.
Gostei ainda mais do livro e dei nota máxima no Good Reads (me segue lá) após ler o material de apoio da edição da Antofágica. A editora sempre traz ótimos profissionais pra comentar o conteúdo. Neste, os textos complementares no final do livro me abriram muito os olhos para as escolhas, os temas (como desejo feminino e luta de classes), a história de vida e todo o mundinho Katherine Mansfield. Amei e quero consumir mais produções dela.
📽️Documentário Belchior: Gosto muito de documentários musicais, sobre cantores, bandas ou movimentos da música. Estreou recentemente no Globoplay o doc Belchior - Apenas um Coração Selvagem, e fui lá assistir.
A produção se propõe a contar a história de vida e carreira dele, baseada em entrevistas e depoimentos dele mesmo. É um documentário que conta apenas com material de apoio (e umas declamações de letras do Belchior feitas pelo Silvero Pereira) —digo no sentido de não ter gente dando entrevista para câmera do documentarista e falando sobre Belchior. Só tem trechos de entrevistas e apresentações dele no passado. Este compilado de material forma um mosaico da história dele na mídia, na arte e na história do Brasil.
Gostei de conhecer mais sobre a trajetória musical dele, as dificuldades que ele passou quando se mudou do Ceará pra São Paulo, a história da letra de Como Nossos Pais e como ele foi acolhido pela Elis Regina, por exemplo. Acho que o filme fala pouco da decadência e do sumiço dele, mas talvez porque o Brasil em geral tenha de fato falado pouco disso (ele ficou anos sumido sem a mídia dar grande importância, né). Mas recomendo a fãs de MPB e pra quem gostaria de conhecer mais sobre este nome tão importante da cultura deste país.
🎙️Imagina Juntas: Sou ouvinte do podcast Imagina Juntas desde o início, em 2017. Na atual temporada ele é formado pelas influenciadoras Jeska Grecco e Tchulim, que estão entrevistando mulheres pra falar sobre temas variados da vida adulta millennial.
Gostei muito do episódio desta semana, com a Jazz Rider. Elas responderam a alguns emails de pessoas que mandaram suas questões sobre a vida e pediram conselhos. Um caso foi bastante debatido entre elas, sobre uma menina que tinha vontade de fazer um curso na faculdade, acabou fazendo outro, mas queria trabalhar com uma outra coisa e perguntou se valia a pena trancar a faculdade X, fazer um financiamento para o curso Y, etc.
Foi ótima a conversa que elas tiveram a partir disso sobre vocação, trabalho, vida profissional. A Jazz Rider falou muitas coisas interessantes sobre vocação ser um conceito muito engessado, sobre os conceitos de humanas, exatas e biológicas serem ultrapassados (afinal hoje tudo está meio misturado e todo profissional precisa fazer vinte funções e entender de 300 assuntos, não é mesmo?), sobre isso da valorização extrema da vida profissional, de como é problemático você ser aquilo com que você trabalha e isso ser grande parte da sua personalidade, algo que pode ser um tanto opressor na nossa sociedade.
Estou falando aqui bem superficialmente, mas é uma conversa que eu estava ouvindo na academia e tive vontade de parar pra anotar o que elas diziam, pra ler depois e refletir. Vale muito.
Fun fact: eu já participei de um episódio do Imagina Juntas! Foi há exatamente dois anos, em junho de 2021, depois de eu ter viralizado um pouquinho no Twitter com uma thread sobre receitas bizarras do X-Tudo. Momentos.
🫙Receita de pudim de chia: Após muitos pedidos (três pessoas pediram), vim aqui trazer minha receita de pudim de chia, o maioral. Fiz esta semana e ele realmente me traz uma alegria nas manhãs, é muito gostosinho mesmo —e faz bem ao intestino e ao coração, dizem especialistas.
Já adianto que ele não fica com consistência de pudim, nada a ver. Não sei quem teve a esdrúxula ideia de chamar esse negócio de pudim, sendo que na melhor das hipóteses ele lembra um creme. Mas agora já foi, eu não vou comprar essa briga.
Segue a receita:
1 garrafinha de leite de côco (200 ml)
Cerca de 100 ml de leite —animal ou vegetal (eu meço de olho pela metade da garrafinha, não precisa ser uma medida exata)
4 colheres de sopa de semente de chia
1 colher de sopa de mel ou adoçante/açúcar à gosto (adoçar de qualquer forma é opcional)
O modo de fazer é o mesmo do overnight oats, dificílimo: misturar tudo num pote e guardar na geladeira de um dia para o outro. Aqui em casa essa quantidade dá para uns 4 ou 5 dias. Gosto de misturar com frutas ou com geléia (isso aí com uma geleia de framboesa fica absolutamente tudo).
Vocês gostam de receitas de comidinhas de café da manhã/lanche? São minha especialidade, posso trazer mais.
Antes de encerrar, quero deixar um convite: no dia 25/6, domingo que vem, participarei de uma mesa no evento Elip, festival literário do Grupo Editorial Pensamento. Vou conversar com pessoas incríveis sobre mulheres nos quadrinhos e na literatura. Quem estiver em São Paulo e quiser dar uma passadinha por lá, vou adorar! Acho que vai ser um ótimo papo.
A arte aleatória da semana é a da ilustradora francesa Maëlys Chay. Ela retrata cenas cotidianas, mas o cotidiano na visão e nos traços dela parece muito mais bonito e agradável.
Boa semana =)
Ahhhh, os favoritos amor! E já vou sair do job e comprar chia, pq SALIVEI!
beijo, Fê!
Amey tudo! Adoro a Gina Rodriguez. Fiquei curiosa com a série! Beijos e boa semana.