#21 - And Just Like That, Uma Mulher Singular, as vantagens da crepioca
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 19 a 25 de junho de 2023 :)
📺And Just Like That: Não tem como não falar da grande estreia da semana, a segunda temporada de And Just Like That. Porém preciso fazer a ressalva de que provavelmente eu vou gostar e falar bem mesmo se for ruim.
O que move a mim e acho que a 99% das pessoas que assistem And Just Like That é o fato de a série funcionar como uma continuação de Sex and the City, contar as histórias das protagonistas nos dias atuais. Então tem uma grande parcela de nostalgia ali e daquela sensação de “estou revendo minhas amigas depois de tanto tempo”.
Mas também tem atrativos para quem não acompanhou a série original até aqui. Além de Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis), And Just Like That adicionou coprotagonistas, mulheres que levam vidas diferentes, lidam com questões diferentes. Tem, por exemplo, uma mulher preta, uma de ascendência indiana, uma pessoa não-binária. Enfim, dá a impressão de que a série quis consertar todos os problemas de representatividade que foram ignorados nos anos 1990/2000.
Até consegue, mas no geral o que temos é uma comédia romântica confortável de gente rica em Nova York, só um pouco mais “woke”, e pra mim está ótimo. Entrega entretenimento, reflexões e agora até umas pitadas de crítica social foda. Estou aguardando ansiosamente a breve participação de Samantha (Kim Catrall) e o retorno de Aidan (John Corbett), pra mim o melhor namorado que a Carrie teve (não que a categoria seja muito qualificada, mas enfim). Tá no HBO Max.
📖Ilustre Leitor: Descobri nesta semana, por indicação do Thiago Teodoro no podcast E Aí, Gay, o canal de YouTube chamado Ilustre Leitor. Consiste num programa feito por Marcio Debellian no qual ele entrevista pessoas ilustres da esfera pública brasileira e pede que estes indivíduos falem sobre 10 livros que foram fundamentais em suas formações.
O resultado são conversas lindas com nomes como Flávia Oliveira, Gilberto Gil, Elisa Lucinda. Nível altíssimo! Eu nem costumo consumir nada no YouTube, nunca fiquei apegada a qualquer canal/produtor de conteúdo dessa rede. Mas entendi que o Ilustre Leitor pode funcionar como um podcast, que eu só deixo tocando e vou fazendo outras coisas em casa. Recomendadíssimo.
📖Uma Mulher Singular: Se um dia eu ganhar na mega-sena (oi Deus, sou eu de novo), eu não terei nem tempo para trabalhar, porque gastarei os meus dias batendo perna, flanando por diferentes cidades pelo mundo. É um pouco dessa sensação que o livro Uma Mulher Singular me passou (sem a parte da mega-sena, só o flanar).
A escritora Vivian Gornick não tem bem um tema, ela simplesmente vai escrevendo sobre as pessoas que ela encontra por Nova York, sobre as ruas e peculiaridades da cidade. Ela descreve, por exemplo, encontros com um amigo, com uma vizinha, o dia em que um ônibus parou porque um homem não queria pagar a passagem, a época em que morou no East Village, enfim. Não é um diário, também não é bem um memoir, não encontreu um gênero bem definido. Mas é leve, é simples, é gostoso passear com ela por Nova York e pelos relacionamentos que marcaram a vida dela na cidade.
Também senti nela uma vibe Chico Felitti de senhora fofoqueira, de dar papo pra qualquer maluco na rua, ouvir e trocar histórias com as pessoas. Se ela morasse em Higienópolis, teríamos ainda mais podres revelados.
Vivian Gornick também é autora de Afetos Ferozes, livro que teve ótima repercussão por aqui, pelo que acompanho. Fiquei com ainda mais vontade de ler.
🎙️Estamos Bem: Eu sinto que hoje tenho um consolidado lugar de fala no quesito coração partido, porque tive o meu burro coração partido duas vezes só nos últimos seis meses (sem contar as vezes anteriores desde os meus 14 anos). O segundo destes últimos tempos foi mais um amassado, um rasguinho ali rapidamente assimilado, mas o primeiro foi tipo perda total. Coração estilhaçado, estrupiado, carbonizado. Possivelmente a maior dor de amor da minha vida.
Sobreviver a isso não é exatamente fácil, é um dia após o outro. Mas eu não acho que é apenas o tempo que cura. Acho que a melhora demanda toda uma atitude (várias atitudes, na verdade) em relação a querer sair da fossa, a se reconstruir, recomeçar. O episódio desta semana do Estamos Bem falou muito sobre isso.
A apresentadora, a jornalista Bárbara dos Anjos Lima, recebeu a pesquisadora sobre o amor (adorei esta profissão) Carol Tilkian para conversar sobre coração partido. Elas deram várias dicas práticas pra lidar com isso, coisas tipo levar sua dor para passear (significa não ficar em casa só remoendo, mas sair, nem que seja pra remoer as dores com outras pessoas) e mexer com os cinco sentidos, se colocar desconfortável de outras maneiras (tipo mudar a cor de uma parede, mudar o perfume/desodorante, ouvir músicas diferentes). São apenas dois exemplos que estou citando superficialmente, mas é uma conversa longa que acho que pode ajudar muito quem está passando por isso.
Eu pessoalmente gostei muito também porque, depois de seis meses, pude ouvir e lembrar de todo o sofrimento muito bem, mas já não consigo mais acessar as coisas que eu senti, até fisicamente, nos piores dias. Não sinto mais, não daquele jeito. Então é legal mesmo pra quem tá em outro momento de vida, pra dar uma perspectiva de tudo que a gente já passou, já viveu. Dei uma emocionada em vários momentos, e a Carol e a Bárbara também. Tá no Spotify.
(eu acumulei uma série de dicas de como sobreviver e caminhar pra frente com um coração capenga, xoxo, anêmico e partido, me falem se quiserem ver mais deste assunto de alguma maneira ou se quiserem só desabafar na dm ❤️🩹)
🍳Crepioca: Tenho tentado voltar a ir para a academia com boa frequência, e dizem os especialistas que é bom consumir proteínas depois de fazer exercícios, por motivos que têm a ver com construção de músculos, mas não vou saber explicar. Então tenho feito crepioca no pós-treino.
Crepioca é tipo uma mistura de tapioca com omelete, mas fica com uma aparência de crepe. Acho que a grande vantagem é ela ser mais gostosa do que uma simples omelete (por causa da tapioca) e mais nutritiva do que só a goma de tapioca (por conter ovos).
A receita é basicamente dois ovos e duas colheres de tapioca. Misturar bem, acrescentar sal de acordo com seu gosto e levar para uma frigideira, previamente aquecida e com um fiozinho de azeite. Aí é só deixar cozinhar, dobrar uma ou duas vezes e tá pronto. Eu gosto de rechear com outros itens, como tomate, queijo e/ou peito de peru. Mas a crepioca entrega sabor e proteínas em sua forma “natural” também. E serve para todas as horas, de café da manhã a jantar. Só vejo vantagens.
Para a arte aleatória da semana, escolhi as ilustrações do artista LiuJiatong, que pra mim são a definição de “imagens que trazem paz”.
Boa semana =)
Adorei a edição, Fe. Ainda não vi And Just like that porque quero deixar para ser momento deleite que amarei. Haha e sou uma fiel da crepioca 😂😂 ainda rola versão doce com geleia