#32 - Vamos Falar de Amor, Guts, o melhor brigadeiro da vida
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 4 a 10 de setembro de 2023 :)
📖Vamos Falar de Amor: Cheguei até este livro por causa da Dolly Alderton. Dolly Alderton é uma escritora britânica que eu conheci através do livro Tudo Que Eu Sei Sobre o Amor, que é meio que o que os gringos chamam de memoir. Tem textos estilo crônica/ensaio em que ela vai contando sua vida, desde o começo da adolescência até os 30, com foco nas relações pessoais, principalmente com amigas, casos amorosos e na relação dela com ela mesma. É incrível, é maravilhoso, num capítulo você chora, no outro você ri muito. Ela é muito boa.
Virei tão fã que quis ir atrás de outras coisas que ela publicou (este livro aqui eu quero muito, vivo olhando se ele ficou menos caro na minha lista da Amazon - até agora segue caro, mas um dia o terei). Daí caí no livro Vamos Falar de Amor. Eu sabia que tinha alguma participação da Dolly, mas não tinha entendido qual é a estrutura do livro até pegá-lo nas mãos.
Vamos Falar de Amor foi escrito pela jornalista britânica Natasha Lunn, que já tinha uma newsletter sobre o assunto (chamada Conversations on Love, eu não conhecia), na qual ela entrevistava pessoas influentes sobre amor e relacionamentos. Então ela meio que transformou isso em livro, fez novas entrevistas, escreveu também sobre a vida dela. Misturou tudo e deu bem certo.
Aqui vou fazer uma ressalva: talvez você esteja pensando “hmm isso tem cara de autoajuda”. Eu pensei e relutei um tanto antes de comprar porque não gosto muito de autoajuda. Talvez isso seja um dos poucos traços sagitarianos que eu tenho (eu sou sagitário com ascendente em capricórnio, mas muito mais capricórnio, tipo pelo menos 80% das minhas características e ações são puxadas no meu mapa majoritariamente terra): eu detesto coisa de aconselhamento, tenho horror a gente que se acha guru, pessoas e conteúdos que acham que vão me dizer o que fazer. Ninguém me diz o que fazer, eu sigo a minha cabeça (com exceção de ordens de trabalho e burocracias em geral, mas deu pra entender). Então costumo virar a cara pra livros que parecem querer ensinar as pessoas a como viver as vidas delas.
Mas não foi isso que encontrei neste livro. Vamos Falar de Amor na verdade tem uma vibe de conversas, tem muuuitas entrevistas com gente realmente boa e interessante, como escritores, psicólogos, jornalistas, gente que já trabalha estudando e observando diferentes tipos de amor e relacionamentos. Essas pessoas desenvolvem bons papos sobre isso com a autora (que é muito boa e faz ótimas perguntas, reparei nisso também), e você vai acompanhando.
E não é um livro que trata só de relacionamentos românticos. Ele é dividido em três partes. A primeira é sobre como encontrar o amor e como viver sem ter supostamente encontrado, mas ninguém te dá dicas de como arrumar namorado. É mais sobre como lidar com as fantasias de amor romântico, como olhar pra si mesmo e para o outro, como compreender melhor a vida além disso, etc. Foi a parte que eu mais gostei, mais grifei. Depois tem a segunda parte, sobre como manter o amor, como navegar por relacionamentos e lidar com pessoas, seja em qualquer formato de relação. Fala muito sobre amizades, inclusive com a Dolly. E tem a terceira parte, sobre como lidar com a perda de um amor, que também não é só sobre separação. Fala muito de morte e de perdas de coisas que nos são caras, desde um emprego até o movimento das pernas, por exemplo.
Gostei muito, é uma leitura bem fácil, fluida, me manteve bem interessada e entretida. Só achei que a autora bate muito numa mesma tecla quando fala de si mesma, sobre um problema que ela estava passando; ela mantém isso por um bom tempo. Mas não influencia tanto, as conversas com os especialistas são a melhor parte. Me lembrou um pouco o Tudo Sobre o Amor, da bell hooks. Apesar de não terem especificamente uma similaridade textual, são livros sobre o mesmo tema e com abordagens muito responsáveis, amplas e acolhedoras. Pra quem é uma fodida no amor romântico, como eu, ajuda a acalmar o coração e a ter uma serenidade e uma delicadeza, com um entendimento do tipo: você já tem amor na sua vida. Você só precisa observar direito e cuidar bem.
💿Guts, Olivia Rodrigo: E veio aí o novo álbum da Olivia Rodrigo, chamado Guts. Num primeiro momento, o que eu acho é que ela realmente tem uma qualidade musical, ela traz personalidade e estilo próprios, ela tá fazendo a coisa direito. Fico muito feliz de ver uma garota criar tudo isso. Muitas vezes quem vai ficando velho tende a olhar pra quem é mais novo com uma pegada meio de desprezo, de achar que aquilo não é bom justamente porque a pessoa tem pouca idade, pouca experiência, enfim, um olhar negativo em relação a tudo que é jovem e para jovens.
Tem duas coisas que eu sempre digo e nas quais acredito muito. A primeira é que nem sempre quem fica velho fica mais sábio. Tem gente que usa todos os anos de vida para acumular burrice mesmo. E a segunda é que ficar velho é natural, vai acontecer com todos nós se tivermos sorte de continuar vivos. Mas ficar ultrapassado e rabugento é opção, você pode escolher ser assim ou não. Eu prefiro não.
Dito isso, gostei muito do novo álbum da Olivia Rodrigo. Além de achar que ela realmente faz um pop rock de qualidade (teve esse tweet que meio que falou que ela lembra a banda da Lindsay Lohan no filme Sexta-Feira Muito Louca, e eu amei), musicalmente, dois pontos me chamaram a atenção: o fato de ela pegar em temas bem espefícicos de sua vida e de sua juventude e o fato de alguns temas serem universais.
Ainda preciso ler as letras com mais calma e dedicação, mas tem uma música que é a “balada da garota do homeschool”, que, bom, é claramente um drama bem restrito a pouquíssimas pessoas. Mas aí nessa música ela fala sobre stress social, sobre todo cara que ela gosta ser gay. Acontece com muita gente!! Essa e outas músicas estão com uma pegada divertida, como get him back - que tem um verso que achei genial e acho que também já cai num sentimento universal, que é “I wanna meet his mom just to tell her her son sucks”. Kkk been there.
Então o que quero dizer é que ela navega por temas “jovens”, como corações partidos, garotos péssimos, questões sobre estar virando uma pessoa adulta e as agruras do mundo quando se tem 19 anos. Mas ao mesmo tempo essas questões se tornam universais primeiro porque muitos de nós já passamos por isso e nos identificamos e porque alguns destes dramas não necessariamente param de acontecer quando você deixa de ter 19 anos. Tem a música love is embarassing, por exemplo. O amor nunca deixará de ser constrangedor e brega, e não estamos livres de decepções enquanto estamos vivos. Talvez não tanto e não nos mesmos moldes de quando se é jovem, mas é por aí. Sair com um ex, como ela conta em bad idea, right?, também com grande frequência continuará sendo uma má ideia.
Enfim, eu gosto bastante da Olivia Rodrigo, acho a produção dela realmente boa. Queria que ela viesse fazer show aqui para eu ser uma senhora 30+ na plateia. Minhas preferidas do novo álbum são get him back, love is embarassing, the grudge e vampire.
📅Desagendas Aff the Hype: Há uns quatro anos eu uso as desagendas da Aff the Hype e não consigo largar e trocar por outra. A Aff the Hype é aquela marca que ficou mais conhecida pelos vídeos da personagem Adênia, a emo millennial que está sempre sofrendo por alguma coisa. Realmente os vídeos são muito bons mesmo, e os produtos são tão bons quanto.
O que eles chamam de desagenda são planners, aquele tipo de agenda que vem com outras funcionalidades (como diferentes formatos de calendário e de espaços pra você se organizar, planilhas, folhas de anotações). As desagendas da Aff the Hype têm também uns detalhes e brindes engraçados pra você rir da desgraça que é a vida. As capas têm essa pegada de rir do sofrimento. Estou na dúvida se compro para o ano que vem a capa Exausta (pois sempre estou) ou a Dai-me Paciência (pois preciso mais do que nunca).
Eles sempre revelam as novas capas do ano seguinte em setembro (saíram na última sexta) e é uma coisa louca, as pessoas compram mesmo, esgotam. Eu sempre sou a tonta que deixa pra comprar em dezembro, porque acho que faz mais sentido, mas ano passado me ferrei porque só tinha restado um modelo de capa. Então por isso já estou garantindo a minha agora e deixando a dica aqui. Recomendo demais.
🍫O melhor brigadeiro de colher da vida: Eu costumava ter uma noção de que todo mundo sabe fazer brigadeiro. É tipo caipirinha, todo brasileiro sabe mais ou menos o que vai e como é feito. Depois eu percebi que não, todo mundo é muita gente e nem todo mundo sabe. Mas também percebi que não há uma só forma de se fazer brigadeiro; há várias e para diferentes gostos e ocasiões/vontades.
Na minha adolescência, fazer brigadeiro em casa era um hit (não existia Maria Brigadeiro, Brigaderia, nada disso), e eu não fazia nem na panela. Fazia no microondas assim: quatro colheres de Nescau, uma colher de manteiga, uma lata de leite condensado. Mistura tudo num pote que possa ir ao microondas. Coloca dois minutos, abre, mexe. Mais dois minutos, abre, mexe. Mais dois minutos e tá pronto (total de 6 minutos).
Dá certo e até hoje acho que fica bom! Memória afetiva, talvez, mas dificilmente você estraga uma mistura de achocolatado, leite condensado e manteiga. Mas enfim, eu quis aprimorar esta receita e fazer algo mais gostoso. Então fui atrás dela, a maior, Rita Lobo. Há uma série de receitas de brigadeiro no site da Rita Lobo, mas quase todas com ingredientes que eu não tinha em casa, como nibs de cacau e cacau em pó. Então improvisei uma receita dela com o que eu tinha e ainda assim deu certo: acabei fazendo o melhor brigadeiro de colher que já comi na minha vida!! Segue receita:
2 colheres de sopa de chocolate em pó (usei 70% cacau)
1 colher de sopa de manteiga
1 caixinha de leite condensado
300-320ml de leite (usei semidesnatado porque era o que tinha, mas o mais recomendado é o integral - não sei dizer se dá diferença com leites vegetais)
Numa panela média ou grande (importante, porque o leite sobe quando ferve, não dá pra ser panela pequena), entre com o leite e o chocolate em pó. Ligue o fogo e mexa até misturar bem. Eu usei fogo de médio pra baixo, mas você pode controlar como achar melhor. No fogo muito baixo não tem problema, só demora mais. Já no fogo médio tem que ficar mais de olho pra não queimar nem transbordar. Por isso prefiro fogo de médio pra baixo.
Quando estiver com o leite e o chocolate bem misturados, entre com a manteiga e o leite condensado. Daí pra frente é só mexer sem parar até chegar na consistência que você quer, seja mais “mole” para comer de colher ou mais firme para enrolar em bolinhas. Um truque é mexer com fouet, pra ele ficar mais cremoso e não criar grumos.
Fica absolutamente delicioso. Facílimo de fazer. Extremamente cremoso, não endureceu nem após ficar de um dia para outro na geladeira. E o sabor, o brilho, a textura, tudo perfeito. Já virou uma das minhas melhores sobremesas.
Esta newsletter saiu um pouco atrasada porque eu fui ao The Town e acordei mais tarde no domingo (geralmente eu reviso tudo no sábado ou no domingo de manhã) e porque fiquei resfriada nesta semana, trabalhei no feriado, fiquei com dor de cabeça e no pescoço, um caos. Mas saiu!! Vou só deixar a arte aleatória da semana: faz muito tempo que sigo a Carissa Potter Carlson, que faz uns quadrinhos e ilustrações sobre sentimentos, relações e casos que passamos na vida.
Boa semana =)
Salivando por esse briga. Vou ter que fazer aqui!