#40 - High Fidelity, podcast do Paul McCartney, crumble de blueberry na airfryer
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 30 de outubro a 5 de novembro de 2023 :)
📺High Fidelity: Em geral, eu prefiro trazer pra newsletter produções novas/recentes, que estou vendo pela primeira vez e tirando primeiras impressões. Mas vez ou outra é interessante revisitar coisas que já nos são caras, tanto porque é gostoso e confortável se dar ao deleite de ver algo que você já sabe que é bom quanto porque nunca é exatamente a mesma coisa. A gente sempre muda com o passar dos dias, meses, anos. Então é interessante rever uma obra com outros olhos.
Tudo isso pra dizer que decidi reassistir a High Fidelity esta semana e quis muito trazer pra cá porque é maravilhosa. A série é baseada no livro de Nick Hornby e também deu origem a um filme de mesmo nome, do ano 2000. Eu não gosto nem do livro nem do filme, mas amo a série.
A explicação é bem simples: no livro e no filme, o protagonista é um homem branco muito, muito chato. Já a série é reinventada para ter uma protagonista mulher negra. Que por vezes também é chata, mas é toooooda uma outra vibe. Me sinto um pouco como neste tweet que viralizou esta semana, mas é verdade.
A protagonista de High Fidelity é Rob (Zoë Kravitz), dona de uma loja de discos que vive num apartamento (belíssimo) em Nova York. A série é meio sobre ela falando dos relacionamentos que não deram certo e tentando reconstruir sua vida amorosa, mas não é num tom comédia romântica. É bem mais soturna, ela sofre mesmo, é profundo, é quase palpável. Mas é bom.
E aí tem a música. Eu vejo a série muito como uma carta de amor à música, como um todo. Ao poder da música de nos servir como entretenimento, como consolo, como comunicação, como declaração, como expressão social, como tudo. Rob e seus amigos são muito nerds de música, e a trilha sonora é maravilhosa. Muito difícil ver essa série e não sair adicionando um monte de coisa nas suas playlists. Eu terminei um episódio, por exemplo, e coloquei o álbum Rumors (um dos meus preferidos da vida) pra tocar do começo ao fim. Era 1h da manhã de uma terça-feira.
A série só tem um defeito: ela foi criminosa e impiedosamente cancelada ao fim da primeira e única temporada. Eu penso constantemente no que teria acontecido na trama se ela tivesse continuado (este é meu império romano). Mas, ainda assim, vale muito assistir aos dez episódios disponíveis no Star+. No mínimo você vai sair conhecendo mais um monte de música boa e encantada (o) pela beleza estonteante de Zoë Kravitz.
🎧Podcast do Paul McCartney: Eu sou fascinada por produções que contam as histórias por trás de músicas. Cheguei a ter um tumblr sobre isso lá por 2012/2013 (com a graça da falta de memória, eu nem me lembro o nome). Um dos meus livros preferidos nesta linha é o Músicas e Musas, que fala sobre as musas que inspiraram grandes músicas do cancioneiro internacional. Também tem a série Por Trás Daquele Som, que é um pouco mais técnica, mas também muito legal. Daí não sei como eu descobri na semana passada que o Paul McCartney tinha um podcast.
Vou repetir: o Paul McCartney tem um podcast.
Na verdade é uma colaboração dele para o escritor Paul Muldoon que foi transformada em podcast. Muldoon entrevistou McCartney durante anos sobre as composições dele para o livro The Lyrics: 1965 to Present. As conversas, nas quais McCartney explicava de onde vieram suas ideias, suas escolhas de palavras e melodias e suas histórias, foram todas gravadas. Agora, foram editadas de forma a se tornarem 24 episódios de duas temporadas do podcast McCartney: A Life in Lyrics.
É muito interessante conhecer mais profundamente as histórias por trás de músicas que são tão amplamente famosas, que mudaram o mundo e mudaram a própria música. A gente acha que sabe sobre o que era Penny Lane, por exemplo, mas é muito legal ouvir o Paul dissecando cada verso, comentando cada detalhe. Pra quem não é artista, é também muito louco pensar em como essas pessoas conseguem transformar coisas aparentemente banais, ou situações que passariam pela vida, em coisas magníficas. Fico deslumbrada mesmo.
E além de tudo, ou acima de tudo, é o Paul. Sempre foi meu Beatle preferido (e o mais bonito - gosto muito desta foto em que ele poderia ser qualquer hipster da Santa Cecília com sua câmera analógica e seu café especial). Assim como no documentário The Beatles: Get Back, no podcast a gente vê um lado dele mais profissionalzão, mais operário da música (mas no podcast ele é mais suave; no doc ele é bem rígido). Tenho gostado muito. Os quatro primeiros episódios já estão disponíveis no Spotify, sai um por semana. Ansiosa pra rever meu Beatle preferido aqui de novo em dezembro <3
Em tempo: esta semana teve também o lançamento de uma música inédita dos Beatles, Now and Then. Gostei mas não amei. Não é a melhor música dos Beatles nem a pior música dos Beatles. Mas é curioso, incrível e muito louco estar viva para presenciar o lançamento de uma música inédita dos Beatles feita com ajuda de inteligência artificial.
🎥The Eras Tour - O Filme: Eu tenho noção de que essa dica é bastante nichada e específica pra quem é fã de Taylor Swift mesmo, mas estes são os meus favoritos e eu realmente me diverti com isso, então vou indicar. Mas fica o disclaimer para você passar para o próximo tópico se não for de seu interesse.
Não satisfeita em ganhar muito dinheiro e se tornar bilionária com a turnê The Eras, Taylor Swift gravou todo o show, meteu o negócio no cinema e agora está ganhando mais dinheiro ainda. O filme da The Eras Tour é basicamente isso: uma gravação quase na íntegra do show de mais de três horas que ela tem feito neste ano, cantando músicas de todos os seus álbuns.
Pra quem é fã, o negócio é magnânimo. A produção é gigantesca, os cenários, os figurinos, os dançarinos, tudo impecável e de encher os olhos. E ela está lindíssima, com condicionamento físico incrível pra sustentar 3h30 de show e aparenta se divertir muito o tempo todo.
Cheguei a pensar se assistir ao filme do show estragaria a experiência de ver o show ao vivo, mas acho que não. No filme dá pra ver muito mais os detalhes, enquanto no show eu imagino que a experiência vai ser muito mais de sentir o momento, de sentir a catarse (isso se eu não desfalecer completamente na sequência de All Too Well e the 1). Enfim, sei que tem gente que não gostou, não se interessa minimamente ou esperava mais de The Eras Tour - o filme. Eu achei ótimo no que se propõe a entregar, fiquei completamente entretida e ainda mais ansiosa para finalmente ver tudo isso ao vivo aqui neste mês (!!!!!!!!!!).
🫐Crumble de blueberry na airfryer: Existe um nicho muito forte na internet que é o dos fãs de airfryer. Galera viciada em receitinhas de airfryer, Deus no céu e airfryer na terra. Nada contra, até tenho amigos que são, mas pra mim é só mais um eletrodoméstico. É prática e tal, mas gosto apenas na medida em que acho que se deve gostar de um eletrodoméstico (não mais do que eu gostava da máquina de sorvete da Eliana, por exemplo, que nem funcionava).
Uns tempos atrás eu vi essa receita da Paula Cinini e ela me pegou não exatamente por ser de airfryer, mas por ser uma porção única. Pra quem mora sozinha ou quer só um docinho pra comer pontualmente, é uma mão na roda.
Fiz esta semana achando que nem seria tudo isso, e putz. Que bom que eu estava errada. É absolutamente deliciosooo. Já quero fazer toda semana, com diferentes frutas. Vou deixar aqui os ingredientes e o jeito que eu fiz, mas ressalto que a receita original é da Paula Cinini.
Para as frutinhas:
Meia xícara de blueberry (pode ser outras frutas também, tipo morango, pêssego, uva)
Uma colher e meia de chá de açúcar refinado
Uma colher (rasa) de chá de farinha
Para o crumble:
Três colheres de sopa de farinha
Uma colher de sopa de açúcar mascavo
Duas colheres de sopa de aveia (usei em flocos finos)
Duas colheres de sopa de manteiga derretida (usei sem sal, mas pode ser com também)
Modo de fazer: primeiro, coloque as frutas num recipiente que possa ir à airfryer (um bowlzinho ou ramequin) e misture com uma colher de chá de farinha e o acúcar refinado. Reserve. Para o crumble, misture a farinha, o açúcar mascavo, a aveia e a manteiga derretida. Acho que usei um pouco mais do que a Paula, porque o meu crumble ficou beeem molhado, mas eu gostei assim.
Quando estiver bem homogêneo, espalhe o crumble por cima das frutas, como um cobertorzinho. Leve para a geladeira por dez minutos. Enquanto isso, pré-aqueça a airfryer neste mesmo tempo, a 160 ºC. Então, leve o crumble para assar durante 20-25 minutos (aqui deixei 25). Em seguida, deixe esfriar por uns 10 minutos e tá pronto. Juro, fica absurdo!!!! Fiquei triste quando terminei de comer, é bom demais.
Para a arte aleatória da semana, eu tenho um problema: cheguei a 40 edições desta newsletter e eu não me lembro mais se eu já indiquei ou não algum artista aqui. Alguns eu lembro, não estou tão doida, mas este de hoje eu não tenho certeza. Sigo o Yael Davila há um bom tempo e gosto bastante do estilo dele. Se eu já tiver trazido o trabalho dele para cá, bom, estou trazendo de novo 🤪
Boa semana =)
Morri com essa dica do crumble!