#62 - Hannah e Suas Irmãs, Modern Love Amsterdã, Os Segredos da Alimentação
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 22 a 28 de abril de 2024
🎥Hannah e Suas Irmãs: Eu tenho um traço tóxico entranhado em minha personalidade, que é: ainda amo filmes do Woody Allen. Eu sei que ele é um lixão, eu já tinha alguma consciência disso quando comecei a consumir as obras dele, na saída da adolescência, mas nos últimos anos, depois do documentário, a pessoa dele ficou apenas intragável pra mim. Mas, no entanto, todavia: eu admito que ainda gosto bastante de algumas obras dele.
Não sei se devo ou não devo fazer essa mea culpa, mas é aquela coisa complicada de separar artista da obra. Não sei se tem certo ou errado em relação a isso. O que eu tento pensar e aplicar na vida é evitar dar dinheiro pra gente bosta (tipo, hoje eu evitaria pagar um ingresso de cinema pra ver um filme do Woody Allen, ainda que o valor do meu ingresso unicamente fosse puramente irrelevante pra ele). Mas, quando os filmes da pessoa estão disponíveis num serviço de streaming que eu já pago, acho que este barco já partiu, né. Enfim, uma discussão que não chega a lugar algum.
O fato é que minha amiga Isadora postou que tinha assistido Hannah e Suas Irmãs dias atrás, e eu lembrei o quanto eu adoro esse filme. Veio daí a vontade de reassistir (tá no Prime Video).
Tive uma fase na vida em que entrei pra faculdade e percebi que, apesar de eu ter sido uma das alunas com as notas mais altas do colégio, na faculdade eu não sabia quase nada; meu mundo até então era bem pequenininho, minha bagagem cultural era ainda bem iniciante. Daí eu, uma jovem de 17/18 anos com muito tempo livre, comecei por conta própria uma imersão cultural (obrigada, torrent) e fui beber em fontes que eu achava importantes (e que o povo da comunicação e humanidade gostava). Foi nessa leva de consumo cultural que assisti a vários filmes do Woody Allen e adorei, incluindo Hannah e Suas Irmãs.
Hannah e Suas Irmãs se passa em Nova York, nos anos 1980, e vai permeando as vidas de algumas figuras ali —Hannah, seu marido, sua irmã Lee, sua irmã Holly, seu ex-marido, seus pais. É todo mundo burguesia nova-iorquina, meio descompensado da cabeça, cada um a seu modo. São pessoas vivendo seus conflitos amorosos, existenciais, profissionais e familiares no período de mais ou menos um ano.
Gosto muito desses filmes em que não acontece muita coisa, são só pessoas lidando com questões cotidianas. Há questões tipo traição, tipo briga de família, fofoca, e isso é o mais legal. O roteiro eu nem acho grandessíssima coisa, mas o filme é meio dividido em atos, o que é interessante. Os personagens são curiosos, as atuações são muito boas. O Woody Allen tá lá sendo Woody Allen, mas pelo menos nesse filme ele é coadjuvante. E tem Nova York, muitos takes da cidade, uma trilha sonora instrumental de jazz deliciosa, figurinos e cabelos incríveis dos anos 1980!! Sério, é bom. Queria que alguém fizesse filmes assim hoje (se tiver alguém que faz ou algo do gênero, me contem!).
Para quem também gosta de filmes do Woody Allen ou quer conhecer mais e assistir os que valem a pena, eu gosto dos mais levinhos/comédia romântica: A Rosa Púrpura do Cairo (Prime Video), Um Dia de Chuva em Nova York (Netflix), Meia-noite em Paris (Netflix), Todos Dizem Eu Te Amo (Prime Video), Igual a Tudo na Vida (Prime Video), Magia ao Luar (Prime Video). Também gostei de Annie Hall e Manhattan quando assisti (há uns 15 anos), mas sinceramente não revi e suspeito de que tenham envelhecido bem mal. Mas Annie Hall ainda vale ver pela Diane Keaton e pelos figurinos dela.
📺Modern Love Amsterdã: Modern Love é um projeto muito bem sucedido que começou com coluna de jornal, virou livro, virou podcast, virou série e agora descobri também que virou uma franquia global audiovisual. O Prime Video é um streaming com catálogo muito bom e uma experiência de usuário pífia. Eu sou totalmente o público dessa série, e o algoritmo não havia me entregado ela até agora, só descobri porque estava fuçando muito. Enfim.
A premissa do projeto Modern Love é contar histórias de amor de pessoas reais, que podem ser de amor romântico, casos de família, ou mesmo uma relação afetuosa com o porteiro, um encontro com alguém que você conheceu num aplicativo e viu uma vez só, etc. É muito variável, o que faz com que a série seja também um tanto irregular —há episódios muito bons, outros que terminam e você não entende o que acabou de acontecer ali.
A série original Modern Love tem duas temporadas, e aí eu descobri que existe uma versão holandesa dela. Modern Love Amsterdã segue o mesmíssimo estilo, com histórias que se passam, para surpresa de ninguém, em Amsterdã. Tem casos de relações entre amigas, entre casais, entre irmãos, uma boa variedade de relacionamentos e afetos. Tô assistindo e gostando bastante. É sempre um bom programa pra se ver num fim de noite ou maratonar num domingo, por exemplo. Recomendo super.
📺Os Segredos da Alimentação: Sou grande fã dos documentários sobre saúde e alimentação da Netflix; acho que conseguem ser educativos, cheios de informação e interessantes sem serem muito bobinhos, técnicos ou maçantes. Alguns bons exemplos são Explicando a Mente e Fundamentos do Prazer (que é uma série documental que eu amo!!!! Recomendo fortemente a todas as mulheres e a todos os homens e a todas as pessoas que demonizam pílula anticoncepcional).
Então, logo que vi o trailer de Os Segredos da Alimentação, já salvei na minha lista e o assisti assim que estreou. O documentário trata do sistema digestivo, mais especificamente do intestino e das interações entre o corpo, as bactérias que vivem no intestino e as atividades delas com os alimentos e com possíveis doenças.
Vários médicos e cientistas, de várias partes do mundo, explicam o funcionamento do intestino com ajuda de animações muito fofinhas. Quase chega a ser infantil, meio intestino for dummies, mas pra a gente que é leigo é realmente interessante, palatável e divertido, além de trazer muita informação nova e relevante.
Eles falam bastante sobre a importância de ter um microbioma rico, ou seja, uma boa variedade de bactérias do bem no intestino. Isso pode ser “conquistado” com uma alimentação bem variada, com frutas e vegetais, mas não necessariamente se privando de comer coisas que você gosta. Só variando bem e preferindo alimentos naturais aos industrializados.
Também tem quatro personagens no documentário, que são pessoas reais que sofrem de problemas no trato digestivo. Uma não consegue emagrecer, outra tem distúrbios alimentares e questões psicológicas, e tem uma outra cujo sistema digestivo não aceita mais comida quase nenhuma, uma loucura. A doideira maior é que essa gata começou a faz por conta própria um tratamento em que ela toma cápsulas do cocô do namorado dela, para as bactérias boas do intestino dele irem para o dela. Fiquei chocada, mas faz algum sentido, apesar de ser extremamente não recomendado.
Enfim, eu achei muito legal mesmo e no dia seguinte fui direto ao sacolão para comprar mais frutas e vegetais para melhorar a saúde do meu intestino.
🎵Fay Wildhagen: Sou grande consumidora da playlist Descobertas da Semana do Spotify, já descobri muita coisa boa por lá. Num dos raros momentos em que não estive ouvindo TTPD esta semana, dei uma passadinha nesta playlist e fiquei viciada na música ohmygod, de Fay Wildhagen.
Fay Wildhagen é uma cantora e guitarrista norueguesa de 30 anos. Ela faz umas musiquinhas meio lo-fi beats, com uma voz suave, melodias suaves, bem agradáveis. ohmygod é mais agitadinha e me passa aquela vibe do momento na comédia romântica em que a protagonista tá andando na rua, ou curtindo ou sol, ou fazendo muitas coisas (tipo aqueles takes de passagem de tempo ou de início de filme). Achei bem gostosinha e de fato estou ouvindo enquanto ando na rua ou faço muitas coisas.
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Na arte aleatória da semana, trago o trabalho de David Schmitt, que tem o perfil tuyo.art e faz ilustrações nestes tons de bege e preto, com este tipo de mensagem pra chacoalhar sua vida.
Boa semana =)