#57 - Sullivan & Massadas, Clodovil do Avesso, a receita de lentilhas
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 11 a 17 de março de 2024 :)
📺Sullivan & Massadas: Retratos e Canções: Qualquer pessoa que viveu no Brasil nos últimos 40 anos já ouviu e/ou cantou uma música de Sullivan & Massadas. Eles são Michael Sullivan e Paulo Massadas, uma dupla de músicos e compositores que criaram alguns dos maiores hits da história da música neste país. Canções como Dia de Domingo, Me Dê Motivo, Joga Fora no Lixo, Whisky a Go-Go, Amor Perfeito, Lua de Cristal, entre muitos outros. Estreou no Globoplay uma série que conta a história de Sullivan & Massadas e como eles marcaram a indústria musical nacional.
A produção é dirigida por André Barcinski, jornalista que também é autor do ótimo livro Pavões Misteriosos, que conta histórias da música brasileira entre os anos 1970 e 1980. Recomendo muito também.
Já na série documental do Globoplay, a gente conhece a história de Michael Sullivan e Paulo Massadas, desde como eles começaram as carreiras, como se conheceram, até se tornarem grandes nomes e grandes hitmakers da música brasileira. Tem também muita fofoca da cena musical, tipo eles contando que Tim Maia queria namorar Gal Costa —incluindo depoimento da própria Gal sobre isso.
Adoro também ver imagens de arquivo daquela época. Não vivi os anos 1980 mas acho fascinante toda a energia caótica dessa década. Amo ver trechos dos programas de Chacrinha (exibidos na série), uma completa bagunça, incrível.
Pra quem gosta de música, especialmente música popular brasileira, Sullivan & Massadas: Retratos e Canções é uma aula, um deleite. Os cinco episódios estão disponíveis no Globoplay.
🎧Clodovil do Avesso: A revista Elle lançou nesta semana um podcast para contar a história de vida e a trajetória profissional de Clodovil Hernandes. Para os mais jovens que não conheceram esta personalidade da moda e da mídia, Clodovil foi um estilista muito famoso, um membro da alta costura brasileira que se tornou também famoso na TV. Foi apresentador, comentarista e entrevistado em diversas atrações, sempre com falas polêmicas, provocativas. Um encrenqueiro desbocado, digamos assim. Com esse jeitinho, chegou a ser até deputado.
Clodovil morreu em 2009, mas a figura dele continua presente no imaginário popular de muitos brasileiros. Eu ainda uso constantemente o meme “essa festa virou um enterro”, que nasceu num programa dele. Também amei a viralização de um tweet que dizia que Cillian Murphy deveria interpretar Clodovil numa cinebiografia dele.
O podcast Clodovil do Avesso se propõe a resgatar a memória sobre o estilista e contar a história de quem ele foi. O primeiro episódio fala da infância e da juventude do modista, como ele começou a carreira. Os próximos abordarão questões mais intrigantes da vida dele —sabe-se que Clodovil não só não fugia de briga como procurava briga muitas vezes, então estou ansiosa para saber mais sobre as tretas que ele teve (foram muitas).
Sei que há histórias em que ele é o mocinho, outras em que é totalmente vilão, mas acho interessante encarar as coisas com suas nuances. Ninguém é só bom ou mau, ninguém é só vítima ou algoz, niguém é uma coisa só. Estou empolgada para descobrir mais sobre quem era Clodovil, com seus lados que a maioria das pessoas provavelmente não conhece.
📺Tributo - Manoel Carlos: Noveleiros deste país se uniram nesta semana para assistir ao Tributo a Manoel Carlos no Globoplay. A Globo tem esse projeto Tributo, em que cada episódio é dedicado a homenagear a vida e a obra de algum artista consagrado e veterano da emissora. Também há Tributos para atores como Zezé Motta, Laura Cardoso e Ary Fontoura, por exemplo.
O Tributo a Manoel Carlos é muito especial porque passa por várias novelas dele que fizeram sucessos estrondosos. Laços de Família, Mulheres Apaixonadas e Por Amor são algumas delas (Laços está no meu top 3 novelas preferidas). Por meio de depoimentos do autor e de atores que tiveram destaque nas novelas, o público vai sabendo mais sobre as produções. É um ótimo artigo de nostalgia, que proporciona um sentimento bom quando revemos algo de que gostamos muito, que nos entreteve, nos acompanhou durante a vida.
É legal também pelas informações e depoimentos que nos são apresentados. Eles contam, por exemplo, de feitos dos personagens que extrapolaram as novelas —eu adoro a história de como a Eduarda de Por Amor se tornou o primeiro alvo de hate na internet no Brasil, em 1997. Há também cenas emocionantes de Lilia Cabral e Tony Ramos lendo cartas e declarações de Manoel Carlos para/sobre eles.
É claro que as novelas de Manoel Carlos ficaram datadas e estereotipadas e muito provavelmente não teriam lugar nem fariam sentido no Brasil de hoje. Mas eu acho assim: 1) não dá pra apagar o passado, nem da história nem do coração, e 2) acho muito válido observarmos também essas produções artísticas como documento histórico do Brasil. As novelas são muito um retrato da nossa sociedade a cada época, e Manoel Carlos foi (é, ele fez 91 anos esta semana) um dos grandes autores que ajudou a retratar nosso país e mexeu com as vidas de milhões de pessoas ao longo de décadas.
Gostei demais do programa, gosto muito dessa iniciativa da Globo de fazer tributos às jóias de seu elenco e quero assistir a mais produções deste projeto.
📺Queer Eye: Não há muito mais a dizer além do que eu já disse e do que tem sido feito desde que Queer Eye foi lançada. A Netflix botou no ar mais uma temporada da série, no mesmo esquema que conhecemos: os cinco fabulosos vão ao encontro de uma pessoa que tá, assim, meio caída, meio deixada de lado, e dão um upgrade geral na vida dela.
O formato segue o mesmo, e desta vez eles estão em Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos. A real é que, apesar de não haver mudanças, a graça continua firme e forte nas histórias das pessoas. Eu continuo achando muito fofo e muito emocionante sempre. Nesta semana fiquei uns dois dias meio tristonha, meio preocupada e sem animação, e ter tido a companhia deles com as histórias bonitas dos participantes foi algo que me fez bem, me acolheu, me deu um tiquinho de esperança na vida.
Esta temporada estreou em meio às fofocas de bastidores do Queer Eye —a revista Rolling Stone divulgou que há várias denúncias de funcionários da equipe contra Jonathan Van Ness (da beleza), que foi acusade de ser abusive, tratar mal a galera e ter surtos diários. Também tem a questão de ser a última temporada do Bobby Berk (da decoração). Houve boatos de que ele estaria saindo porque o Tan France (da moda) armou pra colocar um amigo dele no lugar. Tan e Bobby negaram, mas o fato é que acho ele ótimo e sentirei falta na próxima temporada (que já está confirmada).
Mas basicamente é isso, Queer Eye está de volta com novos episódios, entregando o mesmo de sempre, sendo excelente nisso e curando onde dói.
🫘Receita de lentilhas: Eu postei essa semana no meu Instagram a foto de lentilhas que havia acabado de cozinhar e me gabei dizendo que ninguém faz lentilhas melhor do que eu. Era uma brincadeira (com fundinho de verdade), mas me pediram dicas e receita (três pessoas pediram). Nunca pensei em passar essa receita aqui porque lentilha é algo que faço para o dia a dia, para os almoços, algo bem trivial. Mas, já que pediram, vou deixar aqui o passo a passo de como eu faço.
Ingredientes:
Meia xícara de lentilha canadense (esse tipo)
500 ml de água
Cerca de duas colheres de sopa de alho e cebola picados (mas é a gosto/opcional)
Meia colher de chá de sal
Uma folha de louro
Pitada de cominho (opcional)
Pitada de pimenta do reino (opcional)
Para começar, coloco um pouco de azeite numa panela pequena (faço de olho, mas seria algo tipo entre meia e uma colher de sopa), em fogo médio, e refogo a cebola e o alho. É coisa rápida, tipo um minuto. Em sequida entro com os temperos: sal, louro, cominho e pimenta. Eu coloco mais de uma pitada de cominho (talvez duas ou três), porque eu gosto mais. Fica a seu critério.
Após misturar mais um pouco, jogo a água, em temperatura ambiente mesmo, e misturo bem. Depois, acrescento as lentilhas. Eu não as deixo de molho antes (não sou organizada nesse sentido), mas, se você quiser, pode também, só que aí mudará o tempo de cocção, a quantidade de água, etc.
Após acrescentar as lentilhas, misturo bem e deixo a panela tampada em fogo médio até começar a ferver. Depois de levantar fervura, coloco em fogo baixo e deixo meio tampada, com um espacinho para o vapor sair. Aí é só deixar cozinhar e mexer de vez em quando. Demora um pouco, tipo 30-40 minutos, mas você pode ir provando uns grãozinhos para saber se já estão suficientemente cozidas (macias, não duras). Também pode ir controlando para deixar mais ou menos caldo e acertar o tempero, se necessário. Esta quantidade dá cerca de 300g, ou cinco porções de 60g, que é o que eu costumo comer em cada refeição. Juro que fica delicioso. Me marquem se fizerem.
Na arte aleatória da semana, deixo o trabalho da artista Farah Atassi, que faz ilustrações de mulheres utilizando formas geométricas. Achei curioso e incrível.
Boa semana =)