#71 - The Bear, Muquiranas Brasil, torrada de mel
Olá! Vem cá ver a lista de itens favoritos da semana de 15 a 21 de julho de 2024 :)
📺The Bear: Eu estava ansiosíssima para assistir à terceira temporada de The Bear —novamente houve aquela palhaçada de estrear antes nos Estados Unidos e chegar com algum atraso aqui. Este atraso fez com que eu fosse assistir à série já sabendo que alguns críticos dos EUA não gostaram muito, acharam que é a pior das temporadas da série, que as tramas são mais desinteressantes e arrastadas. De fato eu acho que a segunda temporada ainda é a melhor, mas esta está looonge de ser ruim.
Ainda me impressiona ver como em The Bear tudo é de altíssimo nível. O primeiro episódio, em que quase não há falas, em que o foco maior fica em lembranças, trilhas sonoras e takes de ingredientes e pratos sendo preparados, é absurdo. Lindíssimo, pelo amor de Deus. Qualquer pessoa que falar mal disso só pode estar maluca.
Depois a série vai seguindo na trama do novo restaurante e dos problemas dele e das pessoas que nele trabalham. Vemos um pouco mais de brigas entre o chef Carminha e o primo, a pobre da Sydney com o nível de stress ultrapassando a atmosfera, a coitada da Natalie também atolada de perrengue e ainda por cima grávida.
Vi alguém falar no Twitter que não assistia The Bear porque já basta o stress que passa em sua própria vida, e eu entendi bem isso ao ver o episódio 3. É tão, tão estressante que eu não via a hora de acabar. Difícil entender como alguém pode ainda tem vontade de trabalhar em restaurante depois deste episódio. Mas, independentemente disso, é tudo muito, muito bom em The Bear. As atuações, a direção, a edição, a fotografia, o roteiro, tudo.
Maratonei os novos episódios entre sexta e sábado e não achei nada arrastado, sem sentido, desperdiçado. Dá pra dizer que é uma ótima temporada de uma série espetacular, excelente.
Minha única questão é que eu acho que ela não deveria ser indicada à categoria comédia no Emmy kkk. O conceito oficial, histórico, narrativo, de comédia não é necessariamente de algo que te faz rir, mas sim de algo em que tudo fica bem no final. Não me parece que The Bear vai bem por aí. O caso é que, para o Emmy, série de menos de 40 minutos são comédia, então temos essa aberração. Por isso, eu ainda acho que a melhor comédia é Hacks. Mas queria que The Bear tivesse uma categoria intermediária ou fosse pra drama mesmo e ganhasse, merecidamente, todo ano.
📺Muquiranas Brasil: Isso aqui pode ser visto como comédia, mas no fundo é com certeza uma tragédia. Eu já tinha ouvido falar do hype do reality Muquiranas, que mostra habitantes dos Estados Unidos extremamente mãos-de-vaca. Mas não gosto muito de ver esses realities americanos do Discovery, me dão uma sensação ruim, acho tudo baixo astral, não sei explicar. No entanto, as histórias que eu ouvia sobre ele eram realmente assustadoras, então quando fiquei sabendo que haveria uma versão brasileira me animei um pouco mais pra ver.
Sem rodeios, a atração é bem feita, mas tudo que é mostrado é muito horrível mesmo. Os dois primeiros episódios já estão disponíveis na Max e retratam pessoas extremamente muquiranas. Patologicamente muquiranas.
Uma das personagens é uma mulher que não usa papel higiênico para não gastar dinheiro com isso. Ela usa “paninho” (não vou detalhar, é muito nojento). Ela também come alimentos estragados, coisas que ela acha no lixo, reutiliza fios dentais por meses. Num outro episódio, a mão-de-vaca revira um centro de entulho (um lixão menos pior) para pegar itens pessoais e come restos deixados pelas pessoas em praças de alimentação.
Eu assisti a tudo com uma expressão totalmente horrorizada, com a consciência de que aquilo é nojento, é repulsivo, é feio, é o pior das pessoas. Mas, ao mesmo tempo, acho que esse programa serve e sobrevive por nos causar uma sensação de bem-estar e uma certa superioridade. O tempo todo eu pensava “meu deus, eu nunca faria isso”, “que horror, jamais, sem condição”, “eu prefiro morrer a fazer isso”. Então a gente termina de ver e fica se sentindo em paz, limpinho, muito longe dessa triste realidade dos muquiranas.
Sinceramente, não sei se continuarei a assistir a temporada inteira, porque é um certo masoquismo. Mas achei interessante a experiência e até divertida. Se os episódios fossem mais longos, eu provavelmente não teria visto, mas como têm cerca de 25 minutos eu achei válido. Bom para quando você só quer passar o tempo e possivelmente se divertir um pouco.
📺Não Estou Morta: Mais uma produção para quando você não quer usar muito o cérebro —mas neste caso é bem menos insalubre. Já falei desta série aqui, chamada Não Estou Morta. Trata-se de uma jornalista (interpretada pela Gina Rodriguez) que escreve obituários para um jornal e, numa experiência sobrenatural e inexplicável, começa a ver (e conversar com) os espíritos das pessoas mortas sobre quem ela está escrevendo.
É divertidinha e está na minha categoria de séries para ver antes de dormir: séries de comédia, de episódios curtos, que eu gosto de dar play pouco antes de dormir só para esperar o sono chegar com algo levinho passando.
Não Estou Morta também me dá uma sensação de nostalgia boa de estar assistindo a um sitcom mais clássico. A sensação de que estou dando play em New Girl em 2010 —até porque a atriz que faz a melhor amiga da Gina Rodriguez é a mesma que fazia a melhor amiga da Zooey Deschanel (e com o mesmo corte de cabelo daquela época).
Na semana passada, respondi a um email de uma amiga que me pediu indicações de séries levinhas e facinhas. Indiquei esta série e também falei pra ela sobre Fortuna e Modern Love Amsterdam. Ficam as dicas caso você esteja querendo algo desse tipo também.
🍞Torrada de mel: Fazia tempo que eu não trazia receitinhas pra cá, então trago essa agora. Acho que eu a vi pela primeira vez no Panelinha (como sempre, Rita Lobo é minha pastora e nada me faltará), mas acho que tá ficando meio famosinha, meio num hype nos últimos tempos. Sendo assim, resolvi testar também.
A torrada de mel consiste meio que num pão na chapa, só que doce. Essa explicação é totalmente esdrúxula, visto que o preparo não é o mesmo de um pão na chapa, mas essa foi a minha impressão quando eu comi.
Você pode fazer com pão de forma ou brioche, mas convenhamos que tudo com brioche é muito melhor. Daí é só cortar as bordinhas e besuntar todos os lados de uma fatia grossa (mais ou menos 2,5 cm) de brioche com uma misturinha de uma colher de sopa manteiga (em temperatura ambiente/ponto de pomada), uma colher de sopa de mel e meia colher de sopa de açúcar.
Eu coloquei no forno (pré-aquecido, 180ºC) e deixei por uns 15 minutos, sete de cada lado do pão. Dá pra fazer também na frigideira ou na airfryer, a Rita Lobo dá os tempos certos para cada método.
Achei uma receita bem fácil e gostosa pra quando você quiser variar um pouco seu café da manhã e/ou impressionar visitas.
Antes de encerrar, um agradecimento: obrigada aos leitores queridos que me assistiram no Roda Viva na segunda-feira! Recebi mensagens amáveis e fiquei feliz demais com o carinho e a atenção!!! Para quem quiser (re)ver, o programa de que participei, na bancada entrevistando Otávio Mesquita, está disponível na íntegra no YouTube.
Na arte aleatória da semana, deixo aqui o trabalho da Malika Favre. Ela usa bastante formas femininas, geometria e cores primárias em seus trabalhos. Adorei esse chamado Pequenos Prazeres.
Boa semana =)